Ontem fomos até à aldeia de Chapá onde estivemos durante toda a manhã na companhia das crianças, dos seus pais e mães. Na companhia das irmãs preparou-se o almoço para toda a aldeia. Paralelamente, realizámos alguns jogos com as crianças, no entanto, muito condicionados pelo espaço curto que podíamos estar abrigados da chuva porque não existe um espaço para que a comunidade se abrigue nos dias de chuva.
Ontem, em Missiones, na Argentina a chuva era intensa! Quase tão intensa quanto a experiência que cada um de nós está a viver nesta missão humanitária. Mas mais intenso era aquilo que o conjunto da imagem das crianças, da chuva e do frio nos fazia sentir a cada um de nós. Não estava apenas chuva, estava frio, muito frio… Um frio que passava para dentro dos nossos casacos molhados e dos nossos pés protegidos pelo calçado e meias que todos os dias podemos utilizar… Ontem em Chapá, chovia… E ao contrário de nós algumas das crianças não tinham casacos, meias, calçado. Ao contrário de muitos de nós que após um dia de chuva e frio intenso temos à nossa disposição um duche de água quente, nas aldeias Guarani não existe. Como tremiam de frio algumas daquelas crianças e nós, já não sabíamos distinguir se o frio que sentíamos era da temperatura ou se da realidade que víamos diante de nós.
